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Heloise Martins

sábado, 17 de abril de 2010

O Prazer da Releitura

Ler um texto mais de uma vez faz com que deixemos de ser analfabetos para as entrelinhas, segundo Guimarães Rosa.






“VALE A PENA LER DENOVO”, esse é o título da matéria de Roberta Ávila que li na edição de fevereiro da Revista da Cultura (muito boa e de graça!). O texto traz boas informações sobre a releitura e também diferentes opiniões sobre a obrigatoriedade de leitura, que, ainda hoje, vemos na prática de muitos professores.

Quais seríam as implicações de uma releitura?

A matéria coloca que, certamente, não é apenas repetir uma atividade. É lançar um novo olhar ao texto e nos propor a perceber mudanças em nós mesmos. Também uma forma de repensar opiniões ou colocar preconceitos em xeque.

O hábito de reler persiste mesmo com a correria diária e a incessante busca de novidades a que a mídia nos obriga todos os dias.

Gabriel Perissé, doutor em filosofia da educação, elenca alguns pontos positivos da releitura:
1 - insistir com convicção em um determinado caminho, confirmando suas qualidades.
2 - reviver experiências únicas e uma forma de constatar o próprio amadurecimento.
3 - reafirmar pontos interessantes e perceber outros que escaparam na primeira vez.

Encontramos também, na reportagem, duas opiniões sobre a obrigatoriedade da leituranas escolas:
” De acordo com Gabriel Perissé, certas leituras obrigatórias afastam o leitor iniciante porque são ligadas a motivações externas e passageiras. “É sempre traumático não encontrar um sentido naquilo que fazemos, com maior ou menor gosto”, acredita.”

“Já Maria Luiza Castro é a favor. Ela considera que a leitura é uma maneira de ajudar o ser humano a compreender melhor o mundo e a se apropriar da sua cultura. Portanto toda iniciativa para incentivar a formação de leitores é válida.”

Penso que obrigar a ler não é a melhor maneira de formarmos leitores. Temos que levar as crianças a gostarem da leitura de forma prazerosa e a desenvolverem uma relação de amor com o livro (como sugere a imagem acima). Assim, não concebo esse processo por meio da coerção e da obrigatoriedade.

LINK:

Revista da Cultura